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Discussões sobre Trasgênicos e Clonagens abrem o I Simpósio de Biologia de Mato Grosso
Serão quatro dias de debates, palestras e mesas-redondas no campus de Tangará da Serra
Discussões sobre Trasgênicos e Clonagens abrem o I Simpósio de Biologia de Mato Grosso
02/06/2004 17:25:14
por Coordenadoria de Comunicação Social
<i> Autoridades acadêmicas presentes na abertura do Simpósio</i>
Autoridades acadêmicas presentes na abertura do Simpósio

Cerca de 500 estudantes de Biologia de MT se reuniram na manhã de hoje (02/06) no ginásio da Unemat, campus de Tangará da Serra, para abertura do I Simpósio de Biologia de Mato Grosso (Simbio), apoiado no tema A conectividade das ciências sócio-ambientais.

A palestra transgênicos e clonagem: mitos e realidades, apresentada por Celso Luís Marino, pesquisador do Instituto de Biociências de Botucatu (Unesp) deu início ao ciclo de palestras e mesas-redondas do evento. Para o consultor de biotecnologia do Conselho Federal de Biologia, o tema tem dividido a comunidade científica e causado uma certa confusão na opinião pública. Em função disso, observa Marino, a polêmica aumenta e a sociedade fica prejudica ao ter acesso a uma informação incompleta e que obedece a interesses políticos e econômicos.

“É a sociedade quem deve decidir o que fazer com o produto dessa ciência. Infelizmente, nos últimos anos ela tornou-se alvo de investimentos que devem gerar lucro; diante disso, há uma forte pressão dos investidores e das empresas privadas de biotecnologia. É um panorama político, não mais científico”, avalia.

De acordo com ele, o grande desafio das comunidades é participar e interferir na discussão ética e social que a clonagem e a produção de alimentos transgênicos acarreta ao homem e ao meio ambiente.

“Quem vai decidir o que vai ser clonado? O que será feito com aquilo que não der certo? É uma questão ética, pois a técnica está disponível, ao menos para animais”, comenta Celso.

A formação do pensamento crítico nas universidades brasileiras é uma das soluções apontadas pelo estudioso para o problema. “A comunidade universitária é difusora do conhecimento, seu saber é multiplicador e a atuação profissional dessa classe influencia a formação do conhecimento”, afirma.

Programação

Ainda pela manhã, a mesa-redonda sobre políticas públicas para pesquisa em ciências sócio-ambientais reuniu o presidente da Fapemat, Antônio Carlos Camacho, e os pró-reitores de Pesquisa da Unemat e da UFMT, Laudemir Zart e Paulo Teixeira, respectivamente.

Para Teixeira, a pesquisa nas regiões do Centro-Oeste e Norte do País é prejudicada pela falta de recursos e qualificação do quadro docente. Diferente do que ocorre em universidades das regiões Sudeste e Sul, onde concentram-se as políticas públicas para o setor. “A situação de penúria das universidades da região é patente e compromete nossas ações”, disse, enquanto apresentava dados que apontavam a distorção de investimentos nas universidades brasileiras.

Os investimentos estaduais em pesquisa no Estado cresceram e também sua área de aplicação foi ampliada, garante Camacho, ao mencionar editais que destinam R$ 2 milhões ao setor, com linhas de pesquisa que abrangem a agricultura familiar e a saúde pública.

As políticas públicas não se restringem às ações do governo, mas também as ações da sociedade civil organizada”, acentua Zart, que defende uma abertura maior das universidades às comunidades e a inclusão de suas propostas nos projetos de pesquisas das instituições de ensino superior.

Objetivos

Organizado pelo Instituto de Ciências Tecnológicas e Naturais (ICNT), o evento tem a finalidade de promover um intercâmbio científico e criar um espaço permanente de integração acadêmica entre os estudantes do curso de Biologia e de outras áreas.

“O Simpósio vai aprimorar a proposta da Universidade de elaboração do mestrado em ciências ambientais e permitir um salto na qualidade dos debates institucionais acerca das ciências sócio-ambientais”, acrescentou o diretor do ICNT, Antônio Malheiros.

O Simbio registrou inscrições de estudantes de universidades de Cuiabá e dos Câmpusde Alta Floresta, Cáceres, Nova Xavantina e Pontes e Lacerda. Segundo Larissa Scalon Lemos, coordenadora geral do evento, a elaboração multidisciplinar das atividades do Simpósio contribui para a participação de acadêmicos de outros cursos e explorou a interdisciplinaridade.

“Nós somos responsáveis por apontar os caminhos éticos e socialmente justos ao desenvolvimento do País e os estudantes irão definir os rumos que a sociedade vai tomar”, declarou o reitor da Unemat, Taisir Karim, na abertura do Simbio.

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